Uma pesquisa realizada pela WeWork e pela Page Outsourcing revela que 80% dos profissionais expressam o desejo de adotar uma semana de trabalho com apenas quatro dias, e a maioria, cerca de 76%, acredita que seriam mais produtivos sob esse modelo.
No entanto, quando questionados sobre suas preocupações em relação a uma semana de trabalho mais curta, cerca de um em cada cinco entrevistados acredita que o país não está preparado para essa mudança. Alguns temores incluem a distribuição das horas de trabalho ao longo da semana e a adoção desse modelo por equipes que normalmente dependem do trabalho presencial.
O levantamento entrevistou 10 mil profissionais em cinco países latino-americanos, incluindo o Brasil.
A pesquisa demonstra que 83% dos brasileiros têm interesse em reduzir sua jornada de trabalho, enquanto 17% se opõem a esse formato, que implica em um dia a menos de trabalho na semana ou uma carga horária reduzida ao longo dos dias.
A diretora de Reconnect | Happiness at Work, Renata Rivetti, que colaborou com a pesquisa, enfatiza que as pessoas estão buscando trabalhos mais flexíveis e modelos híbridos. Essa percepção é importante para que as lideranças possam fazer mudanças em suas práticas e até na cultura empresarial.
Redução na jornada de trabalho O interesse por uma semana de trabalho mais curta ganhou destaque após a pandemia. Em alguns países, como o Reino Unido, Portugal e Estados Unidos, várias empresas participaram de experimentos para avaliar os efeitos dessa mudança.
No Brasil, um teste conduzido pela organização 4 Day Week teve início em agosto deste ano e será implementado efetivamente entre o final de 2023 e o início de 2024.
A flexibilidade se tornou um valor importante para os trabalhadores desde o fim da pandemia de Covid-19, ocupando o segundo lugar entre os fatores mais relevantes, enquanto o salário permanece em primeiro lugar.
O estudo também aponta que 64% dos profissionais adotam um modelo de trabalho híbrido, 18% trabalham presencialmente e outros 18% trabalham remotamente. Nas entrevistas qualitativas, quando questionados sobre benefícios inegociáveis, 46% destacaram a flexibilidade no modelo de trabalho.
Além disso, mais da metade (55%) dos profissionais relataram estar insatisfeitos com seus empregos atuais, com os principais motivos sendo a falta de flexibilidade (25%), o salário (14%) e a falta de processos (11%). A pesquisa descreve essa insatisfação como uma “epidemia”.